Em Novembro de 2010 realizou-se no Grande Auditório do Aquartelamento da Academia Militar (Amadora), o lançamento do livro “A Última Missão”, da autoria do Cor. José de Moura Calheiros.
Trata-se de uma obra marcante e bem documentada sobre a última guerra que Portugal travou em África no século XX.
Pouco tempo depois da cerimónia de lançamento e após leitura do livro, no que respeita à operação realizada em 23 de Maio de 1973 que visava romper o cerco a Guidaje e reforço da sua guarnição, foi detectada uma “incorrecção” na descrição do avanço da força que procedia à “protecção próxima” da coluna de reabastecimento saída de Binta, constituída por elementos dos DFE’s 1 e 4, por mim comandados.
Tal “incorrecção” consiste na frase constante da página 471/472 (1ª Edição): “... O Comandante do DFE 4 estava muito próximo do local do rebentamento e foi projectado para longe pela violência da explosão. Foi, a partir daí, substituído pelo seu Imediato, 2º Ten Melo e Sousa.”
Ora em boa verdade, em momento algum o Comando do DFE 4 deixou de ser por mim exercido, desconhecendo-se a razão de tal inexactidão. Também os Eng. Pires de Moura e Dr. Corte Real (ex-oficiais do DFE 4) tiveram a oportunidade de me alertarem para tal erro.
Assim, passadas algumas semanas após o lançamento do livro, tive a oportunidade de me reunir com o seu autor Cor. José de Moura Calheiros e de lhe transmitir não só o meu muito apreço pela obra que levou a cabo, mas também de lhe referir a “incorrecção” atrás referida.
Encontrei receptividade por parte do autor para vir a ser reposta a verdade numa próxima e eventual 2ª edição do livro. E, nesse sentido, escreveu uma mensagem de profunda amizade e camaradagem no livro que adquiri e que a seguir transcrevo:
Trata-se de uma obra marcante e bem documentada sobre a última guerra que Portugal travou em África no século XX.
Pouco tempo depois da cerimónia de lançamento e após leitura do livro, no que respeita à operação realizada em 23 de Maio de 1973 que visava romper o cerco a Guidaje e reforço da sua guarnição, foi detectada uma “incorrecção” na descrição do avanço da força que procedia à “protecção próxima” da coluna de reabastecimento saída de Binta, constituída por elementos dos DFE’s 1 e 4, por mim comandados.
Tal “incorrecção” consiste na frase constante da página 471/472 (1ª Edição): “... O Comandante do DFE 4 estava muito próximo do local do rebentamento e foi projectado para longe pela violência da explosão. Foi, a partir daí, substituído pelo seu Imediato, 2º Ten Melo e Sousa.”
Ora em boa verdade, em momento algum o Comando do DFE 4 deixou de ser por mim exercido, desconhecendo-se a razão de tal inexactidão. Também os Eng. Pires de Moura e Dr. Corte Real (ex-oficiais do DFE 4) tiveram a oportunidade de me alertarem para tal erro.
Assim, passadas algumas semanas após o lançamento do livro, tive a oportunidade de me reunir com o seu autor Cor. José de Moura Calheiros e de lhe transmitir não só o meu muito apreço pela obra que levou a cabo, mas também de lhe referir a “incorrecção” atrás referida.
Encontrei receptividade por parte do autor para vir a ser reposta a verdade numa próxima e eventual 2ª edição do livro. E, nesse sentido, escreveu uma mensagem de profunda amizade e camaradagem no livro que adquiri e que a seguir transcrevo:
“ Para o Alves de Jesus
Para que possa recordar aqueles difíceis tempos da guerra da Guiné, em especial o cerco a Guidaje.
Com o perene lamento pela imprecisão quanto à transmissão do comando do DFE 4 na coluna de socorro a Guidaje, que corrigirei em próxima edição.
Com um abraçoa) José de Moura Calheiros “
A obra do Cor. Moura Calheiros, pelo seu elevado mérito e aceitação, foi objecto de 2ª edição, pelo que em novo encontro que tivemos e por si promovido, teve a amabilidade de me oferecer um exemplar com a mensagem que a seguir transcrevo e que testemunha o seu carácter e estatura moral:
“ Para o Camarada e Amigo Alves de Jesus
Com as minhas desculpas pelo erro na 1ª Edição.
E para que possa recordar, agora descrita de forma correcta, aquelas amargas horas a caminho de Guidaje, onde o seu DFE 4 teve papel relevante.
Com um abraço
a) José de Moura Calheiros
Fica assim esclarecido pelos protagonistas, este episódio da guerra colonial na Guiné, decorridos que são cerca de 40 anos.
Alves de Jesus
2 comentários:
Caro Albano
Para alem da larga vivência como camarada de curso, fui companheiro de largas horas nas nossas ultimas comissões (73 e 74) durante a guerra na Guiné.
Foi um período fértil em incidentes que infelizmente marcaram a vida de alguns camaradas com maior ou menor gravidade.
Recordo, apesar dos anos já passados, o grupo de camaradas do nosso curso NT que lá se encontravam nesse período e dos quais alguns já não se encontram mais entre nós.
Uma vez mais, com a tua reconhecida capacidade e engenho, deste vida a um espaço de convívio na Internet -conhecido por "blog" - onde os "teus rapazes" como muitas vezes te referes com especial carinho aos que contigo atravessaram essa terra de "bolanhas", "tarrafe" e riachos, podem conviver e deixar os seus repositórios de memórias por palavras e imagens.
Felicito-te pois a idade já nos obriga a deixar gravada desta forma as memórias, mesmo que más,em muitos casos, para que hoje entendam o sacrifício que uma geração passou e compreendam porque motivo esta "nossa geração" se sente "ferida" e aviltada pelo desprezo insultuoso que hoje a classe politica e governante nos dedica.
Um forte "abração"
Manuel Marques Pinto
CMG Merg-Sap Reformado
O Comandante Marques Pinto desempenhava funções no Estado-Maior do CDMGuiné, pelo que foi um observador privilegiado da acção do DFE 4 nos anos de 1973/74.
Obrigado pelas suas gentis palavras e um forte abraço.
Alves de Jesus
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