sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

POEMA AO FUZILEIRO


Poema enviado por correio electrónico pela Associação de Fuzileiros e da autoria de António Figueiredo (Sócio nº 2013)

Fuzileiro arrojado
Treinado para combater
Mas também para ajudar
Aqueles que estão a sofrer

Nas missões de guerra
Mas também nas de paz
Estás sempre pronto
Sem olhares para trás

És alegre e destemido
Tens assaz preparação
Estás muito habilitado
A cumprir a tua missão

Foste sempre forte e valente
Desde tempos que já lá vão
Quando te dão uma ordem
A acatas com gratidão

Lembramos a guerra em África
Onde foste sempre temido
Combateste o inimigo
E levaste-o de vencido

Quer estejas onde estiveres
Como tu não há igual
Elevas sempre bem alto
O nome de Portugal

Escolheste ser fuzileiro
E assim continuarás a ser
Seja qual for a condição
Assim vais permanecer

Fuzileiro da Marinha
Quer em terra quer no mar
Teu apanágio é vencer
E o teu nome honrar

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

DESABAFO !


Anos depois de terminada a comissão de serviço na Guiné fui descobrir nos meus arquivos um email oportunamente enviado a um Coronel amigo e cujo texto não é mais do que um desabafo sobre a justeza das missões atribuídas aos Fuzileiros Especiais:

"Caro amigo 

Já há algum tempo que gostaria de saber a tua opinião sobre o seguinte:
Na Guiné operaram "pára-quedistas", "comandos" e "fuzileiros especiais". 
Apercebi-me que muitas vezes os "fuzileiros" desempenharam acções de quadrícula e integrados em unidades (COP e CAOP e BCAÇ's) chefiadas por oficiais do exército.
Sem menosprezo destas chefias com as quais sempre travei relações de amizade e sã camaradagem, a verdade é que a especialização em "fuzileiro especial" dos DFE's não era considerada pelo enquadramento de comando.
Estas chefias, na sua maior parte, desconheciam as verdadeiras características dos "fuzileiros especiais", ou seja como foram formados, como estavam organizados, etc.
Julgo que o mesmo já se não passava com os pára-quedistas, até porque estes nunca estiveram sediados no mato. (Voltavam a Bissau/arredores).
Passei um mês em Ganturé e cerca de um ano no Chugué (cujo aquartelamento foi construído por nós "tropa especial" em simultâneo com a actividade operacional).
Tudo isto faz-me agora pensar que o Spínola e os seus seguidores próximos desprezaram a verdadeira razão da existência de fuzileiros naquele teatro de operações. E, o que é grave, com a complacência dos responsáveis da Marinha em Bissau.
Tive a felicidade de ter no CAOP 1 (Cufar - Cor. Pára Leitão), mas já no COP 3 estava o Ten. Cor. Correia de Campos que, verdade se diga era um excelente combatente, mas sem a mesma sensibilidade para a tropa especial.
Olhando para trás constato que a finalidade para a qual as unidades eram preparadas foi frequentemente desvirtuada."

Um abraço do
Alves de Jesus